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QUANDO E COMO OCORRE A ESTEATOSE HEPÁTICA ?
A esteatose hepática não é uma doença. É uma alteração morfofisiológica dos hepatócitos que ocorre em conseqüência de diversas desordens metabólicas. No ser humano, é observada principalmente em três situações:
1. Desnutricão crônica.
2. Diabetes mellitus descompensado.
3. Alcoolismo crônico.
POR QUÊ O ALCOÓLATRA TEM ESTEATOSE ?
• O alcoólatra é freqüentemente um desnutrido crônico.
• O álcool é tóxico e potencialmente lesivo aos hepatócitos.
• O metabolismo do álcool produz acetil CoA em excesso, que acaba sendo utilizado para síntese de ácidos graxos pelo hepatócitos e, portanto, de triglicérides. Além disso, o metabolismo de grandes quantidades de etanol consome grande parte do NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo) que é utilizado como aceptor de elétrons no ciclo de Krebs. Vejamos como.
O álcool é metabolizado no fígado pela enzima álcool desidrogenase a acetaldeído. Este sofre a ação da enzima acetaldeído desidrogenase, produzindo acetil CoA. Nas duas reações, há liberação de elétrons e íons H+ que são captados (aceitos) por NAD+, formando NADH + H+. Como há muito álcool para ser metabolizado, há produção de NADH em excesso, com consumo de NAD+. Fica faltando NAD+ para aceitar elétrons no ciclo de Krebs. Com isto, o ciclo de Krebs como um todo é inibido, levando a acúmulo de acetil CoA (que é quebrado no ciclo de Krebs para dar CO2 e água). O excesso de acetil CoA (que é matéria prima para a síntese de lípides) é desviado para síntese de ácidos graxos, causando esteatose.
A esteatose é habitualmente um processo reversível. A remoção dos fatores causais leva à mobilização da gordura acumulada e restauração do aspecto normal. Porém, a persistência prolongada da esteatose, associada a outras agressões, p. ex. alcoolismo, pode levar a uma destruição progressiva dos hepatócitos, com fibrose difusa do parênquima e perda da arquitetura funcional do fígado, chamada cirrose hepática. Na cirrose o fígado fica com superfície externa nodulosa e consistência mais firme que o normal. Ao corte, também se observam nódulos e traves de tecido fibroso denso entre eles. É a fibrose (portanto, colágeno) que dá ao fígado cirrótico sua consistência dura, às vezes quase pétrea. Os nódulos são devidos à regeneração dos hepatócitos. Notar, porém, que só uma minoria dos alcoólatras crônicos desenvolvem cirrose. O motivo para isto é desconhecido.
Além do alcoolismo, a cirrose pode ter várias outras origens, sendo a principal as hepatites crônicas, pelos virus B e C. Nestes casos, a esteatose não tem papel na gênese da cirrose. Notar também que é freqüentemente difícil, e às vezes impossível, diagnosticar a causa primária de uma cirrose, mesmo com história clínica, exames laboratoriais e exame histológico do fígado. Cerca de 15% das cirroses são criptogênicas, isto é de origem indeterminada. As cirroses são estudadas em detalhe em Patologia Hepática.
Abaixo, alguns aspectos de fígados com cirrose. À E, uma cirrose micronodular (mais freqüentemente associada ao alcoolismo crônico), no centro uma cirrose macronodular (mais freqüentemente associada a hepatites virais) e à D., superfície de corte de um fígado com cirrose irregular (macro e micronodular). Os nódulos claros correspondem a hepatócitos em regeneração. (Clique sobre as figuras para abrir as respectivas páginas).
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